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6 Mulheres



Mulheres

Martinho da Vila



Já tive mulheres de todas as cores
De várias idades, de muitos amores
Com umas até certo tempo fiquei
Pra outras apenas um pouco me dei
Já tive mulheres do tipo atrevida
Do tipo acanhada, do tipo vivida
Casada carente, solteira feliz
Já tive donzela e até meretriz
Mulheres cabeça e desequilibradas
Mulheres confusas, de guerra e de paz
Mas nenhuma delas me fez tão feliz
Como você me faz
Procurei em todas as mulheres a felicidade
Mas eu não encontrei e fiquei na saudade
Foi começando bem, mas tudo teve um fim
Você é o sol da minha vida, a minha vontade
Você não é mentira, você é verdade
É tudo o que um dia eu sonhei pra mim
Já tive mulheres de todas as cores
De várias idades, de muitos amores
Com umas até certo tempo fiquei
Pra outras apenas um pouco me dei
Já tive mulheres do tipo atrevida
Do tipo acanhada, do tipo vivida
Casada carente, solteira feliz
Já tive donzela e até meretriz
Mulheres cabeça e desequilibradas
Mulheres confusas, de guerra e de paz
Mas nenhuma delas me fez tão feliz
Como você me faz
Procurei em todas as mulheres a felicidade
Mas eu não encontrei e fiquei na saudade
Foi começando bem, mas tudo teve um fim
Você é o sol da minha vida, a minha vontade
Você não é mentira, você é verdade.
É tudo o que um dia eu sonhei pra mim
Procurei em todas as mulheres a felicidade
Mas eu não encontrei e fiquei na saudade
Foi começando bem, mas tudo teve um fim
Você é o sol da minha vida, a minha vontade
Você não é mentira, você é verdade
É tudo o que um dia eu sonhei pra mim

Sorte - Caetano




Tudo de bom que você me fizer
Faz minha rima ficar mais rara
O que você faz me ajuda a cantar
Põe um sorriso na minha cara...
Meu amor, você me dá sorte
Meu amor!
Você me dá sorte meu amor!
Você me dá sorte
Na vida!...
Quando te vejo não saio do tom
Mas meu desejo já se repara
Me dá um beijo com tudo de bom
E acende a noite na Guanabara...
Meu amor, você me dá sorte
Meu amor!
Você me dá sorte meu amor!
Você me dá sorte
De cara!...
Tudo de bom que você me fizer
Faz minha rima ficar mais rara
O que você faz me ajuda a cantar
Põe um sorriso na minha cara...
Meu amor!
Você me dá sorte meu amor!
Você me dá sorte meu amor!
Você me dá sorte na vida!...
Quando te vejo não saio do tom
Mas meu desejo já se repara
Me dá um beijo com tudo de bom
E acende a noite na Guanabara...
Meu amor!
Você me dá sorte meu amor!
Você me dá sorte meu amor!
Você me dá sorte
De cara! (Na vida!)...
Meu amor!
Você me dá sorte meu amor!
Você me dá sorte meu amor!
Você me dá sorte
Na vida!...
De cara! Na vida!...
Meu amor!
Você me dá sorte meu amor!
Você me dá sorte meu amor!
Você me dá sorte
Na vida! (De cara!)...

As três formas de amor: Eros, Philos, Ágape

     Em 1986, enquanto fazia o caminho de Santiago com Petrus, o meu guia, passamos pela cidade de Logroño enquanto se realizava um casamento. Pedimos dois copos de vinho, preparei um prato de canapés, e Petrus descobriu uma mesa onde pudéssemos sentar junto com outros convidados.

     O casal de noivos cortou um imenso bolo.

     – Eles devem se amar – pensei em voz alta.

     – É claro que eles se amam – disse um senhor de terno escuro que estava sentado na mesa. Você já viu alguém casar por outro motivo?
     Mas Petrus não deixou passar a pergunta:

     – A que tipo de amor o senhor se refere: Eros, Philos ou Ágape?

     O senhor olhou sem entender nada.

     – Existem três palavras gregas para designar o amor – disse ele. – Hoje você está vendo a manifestação de Eros, aquele sentimento entre duas pessoas.

     Os noivos sorriam para os flashes e recebiam cumprimentos.

     – Parece que os dois se amam. Dentro de pouco tempo estarão lutando sozinhos pela vida, vão montar uma casa, e vão participar da mesma aventura: isto engrandece e torna digno o amor. Ele vai seguir sua carreira, ela deve saber cozinhar e será uma excelente dona-de-casa, porque foi educada desde criança para isto. Vai acompanhá-lo, terão filhos, e se conseguirem construir alguma coisa juntos, serão realmente felizes para sempre.

     “De repente, entretanto, esta história pode acontecer de maneira inversa. Ele vai começar a sentir que não é livre o suficiente para manifestar todo o Eros, todo o amor que tem por outras mulheres. Ela pode começar a sentir que sacrificou uma carreira e uma vida brilhante para acompanhar o marido. Então, ao invés da criação conjunta, cada um irá sentir-se roubado em sua maneira de amar. Eros, o espírito que os une, irá começar a mostrar apenas seu lado mau. E aquilo que Deus havia destinado ao homem como seu mais nobre sentimento, passará a ser fonte de ódio e destruição.

     Olhei em volta. Eros estava presente em vários casais. Mas eu podia sentir a presença de Eros Bom e Eros Mau, exatamente como Petrus havia descrito.

     – Repare como é curioso – continuou meu guia. – Apesar de ser bom ou ser mau, a face de Eros nunca é a mesma em cada pessoa.

     A banda começou a tocar uma valsa. As pessoas foram para um pequeno espaço de cimento em frente ao coreto para dançar. O álcool começava a subir e todos estavam mais suados e mais alegres. Notei uma menina vestida de azul, que deve ter esperado este casamento apenas para que chegasse o momento da valsa, porque queria dançar com alguém com quem sonhava estar abraçada desde que entrou na adolescência. Seus olhos seguiam os movimentos de um rapaz bem vestido, de terno claro, que estava numa roda de amigos. Eles conversavam alegremente, não haviam percebido que a valsa tinha começado, e não notavam, a alguns metros de distância uma menina de azul que olhava insistentemente para um deles.

     Pensei nas cidades pequenas, nos casamentos sonhados desde a infância com o rapaz escolhido.

     A menina de azul reparou meu olhar e saiu de perto. E como se todo o movimento estivesse combinado, foi a vez do rapaz procurá-la com os olhos. Ao descobrir que ela estava perto de outras garotas, voltou a conversar animadamente com os amigos.

     Chamei a atenção de Petrus para os dois. Ele acompanhou durante algum tempo o jogo de olhares, e depois voltou ao seu copo de vinho.

     – Agem como se fosse uma vergonha demonstrar que se amam – foi seu único comentário.

     Outra menina olhava fixamente para nós dois: devia ter metade de nossa idade. Petrus levantou o copo de vinho, fez um brinde, a garota riu encabulada, e fez um gesto apontando para os pais, quase se desculpando por não chegar mais perto.

     – Este é o lado belo do amor – disse. – O amor que desafia, o amor por dois estranhos mais velhos que vieram de longe, e amanhã já partirão por um caminho que ela também gostaria de percorrer. O amor que prefere a aventura.

     Em seguida, continuou, apontando para um casal de velhos:

     - Veja aqueles dois: não se deixaram contagiar pela hipocrisia, como muitos outros. Pela aparência deve ser um casal de lavradores: a fome e a necessidade os obrigou a superarem juntos muitas dificuldades. Descobriram a força do amor através do trabalho, que é onde Eros mostra sua face mais bela, também conhecida como Philos.

     – O que é Philos?

     – Philos é o Amor sobre a forma de amizade. É aquilo que eu sinto por você e pelos outros. Quando a chama de Eros não consegue mais brilhar, é Philos que mantém os casais juntos.

     – E Ágape?

     – Ágape é o amor total, o amor que devora quem o experimenta. Quem conhece e experimenta Ágape, vê que nada mais neste mundo tem importância, apenas amar. Este foi o amor que Jesus sentiu pela humanidade, e foi tão grande que sacudiu as estrelas e mudou o curso da história do homem.

     “Durante os milênios da história da Civilização, muitas pessoas foram tomadas por este Amor Que Devora. Elas tinham tanto para dar – e o mundo exigia tão pouco – que foram obrigadas a buscar os desertos e lugares isolados, porque o Amor era tão grande que as transfigurava. Viraram os santos ermitões que hoje nós conhecemos.

     “Para mim e para você, que experimentamos outra forma de Ágape, esta vida aqui pode parecer dura, terrível. Entretanto, o Amor que Devora faz com que tudo perca a importância: estes homens vivem apenas para serem consumidos pelo seu Amor.”

     Deu um pausa.

     – Ágape é o Amor que Devora – repetiu mais uma vez, como se esta fosse a frase que melhor definisse aquela estranha espécie de amor. – Luther King certa vez disse que, quando Cristo falou de amar os inimigos, estava referindo-se à Ágape. Porque, segundo ele, era “impossível gostar de nossos inimigos, daqueles que nos fazem mal, e que tentam amesquinhar mais o nosso sofrido dia-a-dia.”

     “Mas Ágape é muito mais que gostar. É um sentimento que invade tudo, que preenche todas as frestas, e faz com que qualquer tentativa de agressão se torne pó.

     “ Existem duas formas de Ágape. Uma é o isolamento, a vida dedicada apenas à contemplação. A outra é exatamente o contrário: o contacto com os outros seres humanos, e o entusiasmo, o sentido sagrado do trabalho. Entusiasmo significa transe, arrebatamento, ligação com Deus. O Entusiasmo é Ágape dirigido a alguma idéia, alguma coisa.

     “Quando amamos e acreditamos do fundo de nossa alma em algo, nos sentimos mais fortes que o mundo, e somos tomados de uma serenidade que vem da certeza de que nada poderá vencer nossa fé. Esta força estranha faz com que sempre tomemos as decisões certas, na hora exata, e ficamos surpresos com nossa própria capacidade quando atingimos o nosso objetivo.

     “O Entusiasmo se manifesta normalmente com todo o seu poder nos primeiros anos de nossas vidas. Ainda temos um laço forte com a divindade, e nos atiramos com tal vontade aos nossos brinquedos, que as bonecas passam a ter vida e os soldadinhos de chumbo conseguem marchar. Quando Jesus falou que era das crianças o reino dos Céus, ele se referia a Ágape sob a forma de Entusiasmo. As crianças chegaram até ele sem ligar para seus milagres, sua sabedoria, os fariseus e os apóstolos. Vinham alegres, movidas pelo Entusiasmo.
   

  “Que em momento algum, pelo resto deste ano, e pelo resto de sua vida, você perca o entusiasmo: ele é uma força maior, voltada para a vitória final. Não se pode deixar que ele escape por nossos dedos só porque nos enfrentamos, no decorrer dos meses, com pequenas e necessárias derrotas”.

O TÉDIO E A VIDA MODERNA

Sempre que você sente tédio, sente-se também inquieto. A inquietação é uma indicação do corpo; ele está dizendo: “Afaste-se daqui, vá para outro lugar, não fique aqui”.


A mente é civilizada, o corpo ainda é selvagem. A mente é humana, o corpo ainda é animal. A mente é falsa, o corpo é sincero. A mente sabe as regras e os regulamentos – como se comportar de modo apropriado – e, por isso, mesmo que você encontre com um chato, você diz: “Estou tão feliz por te encontrar!” Mas no fundo, se pudesse, você teria virado as costas.




O tédio é um fenômeno muito significativo. Só o homem sente tédio, nenhum outro animal. Só o homem se entedia, porque ele é consciente. A consciência é a causa. Quanto mais sensível você for, mais alerta estará; quanto mais consciente for, mas entediado ficará.




Quanto mais alerta e mais renovado você se torna, mais sente quando uma situação é apenas uma repetição, apenas uma coisa banal.




E sua vida é uma repetição. Todas as manhãs, você se levanta quase da mesma maneira que tem se levantado a vida toda. Toma o café da manhã quase do mesmo modo. Vai trabalhar – o mesmo escritório, as mesmas pessoas, o mesmo trabalho. Depois volta para casa – o mesmo parceiro ou parceira. É natural se entediar. É muito difícil ver qualquer novidade nisso – tudo parece velho e coberto de poeira.




O relacionamento também se tornou uma repetição contínua. Você faz amor, abraça e beija o parceiro ou parceira, mas agora esses são gestos vazios. O encanto desapareceu há muito tempo. Assim as pessoas vão fingindo, mas por trás desse fingimento, acumula-se um grande tédio.




Observe as pessoas andando nas ruas... Estão morrendo de tédio. Veja os rostos delas – não há aura de prazer. Veja os olhos – não há brilho de felicidade.




Elas vão do trabalho para casa, da casa para o trabalho, e aos poucos a vida inteira se torna uma rotina mecânica, uma constante repetição. E um dia elas morrem... Quase sempre as pessoas morrem sem jamais ter vivido.




Nesse momento, olhe para dentro e perceba... Em quantos momentos de sua vida você esteve cheio de brilho, cheio de esplendor? Você se lembra? Esses momentos são raros. Você pode até sonhar com esses momentos, imaginar tais momentos, esperar por eles – mas eles nunca acontecem.



O tédio é a consciência da repetição. Como os animais não se lembram do passado, não sentem tédio. 

O búfalo continua comendo a mesma grama todos os dias, com o mesmo prazer. Você não consegue fazer isso.




É por isso que as pessoas tentam mudar. Mudam de casa, compram um carro novo, divorciam-se e começam um novo caso de amor, mas a coisa sempre se tornará repetitiva, mais cedo ou mais tarde.




Mudar de lugar, de pessoa, de parceiro, de casa não serve para nada, pois mais cedo ou mais tarde percebem que isso é bobagem, pois a mesma coisa vai acontecer com cada mulher, com cada homem, cada casa, cada carro.




O que fazer, então? Torne-se mais consciente. Não é uma questão de mudar as situações – transforme seu ser, torne-se mais consciente. Se você se tornar mais consciente, será capaz de ver que cada momento é novo.



Ou seja, você não tem consciência – e assim não sente a repetição – ou tem tanta que, a cada repetição, consegue ver algo novo. Esses são os dois modos de sair do tédio.
Osho

Amor - Khalil Gibran




O Amor

E alguém disse:
Fala-nos do Amor:

- Quando o amor vos fizer sinal, segui-o;
ainda que os seus caminhos sejam duros e difíceis.
E quando as suas asas vos envolverem, entregai-vos;
ainda que a espada escondida na sua plumagem
vos possa ferir.

E quando vos falar, acreditai nele;
apesar de a sua voz
poder quebrar os vossos sonhos
como o vento norte ao sacudir os jardins.

Porque assim como o vosso amor
vos engrandece, também deve crucificar-vos
E assim como se eleva à vossa altura
e acaricia os ramos mais frágeis
que tremem ao sol,
também penetrará até às raízes
sacudindo o seu apego à terra.

Como braçadas de trigo vos leva.
Malha-vos até ficardes nus.
Passa-vos pelo crivo
para vos livrar do joio.
Mói-vos até à brancura.
Amassa-vos até ficardes maleáveis.

Então entrega-vos ao seu fogo,
para poderdes ser
o pão sagrado no festim de Deus.

Tudo isto vos fará o amor,
para poderdes conhecer os segredos
do vosso coração,
e por este conhecimento vos tornardes
o coração da Vida.

Mas, se no vosso medo,
buscais apenas a paz do amor,
o prazer do amor,
então mais vale cobrir a nudez
e sair do campo do amor,
a caminho do mundo sem estações,
onde podereis rir,
mas nunca todos os vossos risos,
e chorar,
mas nunca todas as vossas lágrimas.

O amor só dá de si mesmo,
e só recebe de si mesmo.

O amor não possui
nem quer ser possuído.

Porque o amor basta ao amor.

E não penseis
que podeis guiar o curso do amor;
porque o amor, se vos escolher,
marcará ele o vosso curso.

O amor não tem outro desejo
senão consumar-se.

Mas se amarem e tiverem desejos,
deverão se estes:
Fundir-se e ser um regato corrente
a cantar a sua melodia à noite.

Conhecer a dor da excessiva ternura.
Ser ferido pela própria inteligência do amor,
e sangrar de bom grado e alegremente.

Acordar de manhã com o coração cheio
e agradecer outro dia de amor.

Descansar ao meio dia
e meditar no êxtase do amor.

Voltar a casa ao crepúsculo
e adormecer tendo no coração
uma prece pelo bem amado,
e na boca, um canto de louvor.
Khalil Gibran

Ciúme - Ultraje a Rigor



Eu quero levar uma vida moderninha
Deixar minha menininha sair sozinha
Não ser machista e não bancar o possessivo
Ser mais seguro e não ser tão impulsivo
(Refrão)
Mas eu me mordo de ciúme
Mas eu me mordo de ciúme
Meu bem me deixa sempre muito à vontade
Ela me diz que é muito bom ter liberdade
Que não há mal nenhum em ter outra amizade
E que brigar por isso é muita crueldade
Mas eu me mordo de ciúme
Mas eu me mordo de ciúme
Eu quero levar uma vida moderninha
Deixar minha menininha sair sozinha
Não ser machista e não bancar o possessivo
Ser mais seguro e não ser tão impulsivo
Mas eu me mordo de ciúme
Mas eu me mordo de ciúme
O ôôô
O ôôô
Mas eu me mordo de ciúme
Mas eu me mordo de ciúme
Ciúme, ciúme
Eu me mordo de ciúme
Eu me mordo, eu me mordo de ciúme
Eu me mordo, eu me rasgo, eu me acabo
Eu falo bobagem, eu faço bobagem, eu dou vexame
Eu faço, eu sigo, eu faço cenas de amor
Ciúme, ciúme, eu me mordo
Composição: Roger Rocha Moreira