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4 energias que circulam em nós

“Devemos distinguir quatro energias que circulam em nós: a energia física ou mecânica, como, por exemplo, aquela com que movemos esta mesa; a energia vital, que faz o corpo absorver o alimento, reconstruir os tecidos, etc.; a energia psíquica ou mental, com a qual os centros trabalham, e a mais importante de todas, a energia da consciência.” – P. D. Ouspensky.

O que significa Ser?

Eu me pergunto se estou olhando através do para-brisa da minha cabeça enquanto desempenho as tarefas do meu dia — tomando o café da manhã, falando no telefone, digitando no teclado — ou a minha mente está vagando em outro lugar enquanto meu barco viaja no piloto automático?
O piloto automático é suficiente para navegar através de um dia sem rumo. As consequências de “não-ser” só se tornam evidentes quando eu defino uma meta. Com este fim, é necessário colocar uma mão no volante do meu centro intelectual, outra mão sobre o câmbio do meu centro motor-instintivo e um pé no pedal do acelerador do meu centro emocional. Para manter o objetivo é necessário manobrar a minha máquina habilmente; é necessário Ser.
É necessário conhecer intimamente a embarcação que estou dirigindo – meus centros inferiores, meus hábitos de consideração interna, a identificação e as emoções negativas. É necessário saber como atrelar essas funções ao meu objetivo, ou limitá-las para que elas não me desviem. Para Ser, um sistema abrangente de autoconhecimento deve se desenvolver como uma pirâmide que se expande para baixo e, ao mesmo tempo, uma grande meta deve pairar no topo como em uma pirâmide que se expande para cima. Devo ser empurrado por baixo e puxado de cima, impulsionado pela necessidade de otimizar a minha máquina e atraído pela necessidade de transcendê-la completamente. Para Ser — para olhar através do para-brisa da minha cabeça enquanto eu dirijo através das tarefas do meu dia — estas duas pirâmides devem convergir em um único ponto, nesta respiração do presente, em um estado chamado eu sou.
Quando você se pega navegando no piloto automático? E qual objetivo você pode definir que irá forçá-lo a Ser?
fonte: https://beperiod.com/pt/posts/o-que-significa-ser/

Prestando atenção durante a refeição

Os monges estavam de pé em posição de atenção. O Abade apareceu, benzeu-se na soleira da porta e entrou. Ele foi levado por uma comitiva para a mesa mais distante do salão, e se sentou. O grupo se sentou em seguida. Um sino tocou e os nossos vizinhos avançaram nas suas comidas. Em um instante, o salão se encheu com o ruído de centenas de facas e garfos de uma comilança em frenesi. Apenas os dois hóspedes vestidos com roupas não-ortodoxas, meu amigo e eu, olhamos um ao outro em confusão. Estávamos realmente no Monte Athos?
A voz de um monge em pé junto à mesa do Abade que estava lendo em voz alta em grego lutava para ser ouvida apesar do barulho. "A Filocalia", disse meu amigo percebendo minha curiosidade. Ele levou mais alguns momentos para entender o seu significado e acrescentou com constrangimento, "são passagens sobre a necessidade de prestar atenção durante a refeição".
Prestar atenção a quê? Nossos vizinhos não prestavam atenção nem ao seu próprio jantar, nem a seus hóspedes perplexos. Nós começamos a comer num ritmo na metade do tempo deles, chocados com o contraste entre a disciplina monástica associada a este lugar e a realidade de seus habitantes desatentos. O meu amigo e eu havíamos feito esforços consideráveis ​​para vir aqui. Nós tínhamos inadvertidamente criado expectativas. Agora a nossa expectativa estava se transformando em julgamento. Eu vim até aqui para julgar? Se a lição não estava na disciplina monástica, então ela deveria estar em outro lugar.
Eu coloquei meus talheres na mesa e olhei em volta. O Mosteiro do Grande Lavra foi o primeiro construído no Monte Athos mil anos atrás. Este salão de jantar tinha sido habitado por gerações de monges. Seria ingenuidade da minha parte esperar que todos tivessem o mesmo nível de compreensão e comprometimento. No decurso de mil anos, alguns podem muito bem ter ouvido as passagens de Filocalia e ter aderido a elas, mesmo que nenhum pareça estar fazendo isso agora. Qual seria o significado de prestar atenção durante a refeição para os fundadores? O que significou para as pessoas que construíram esta sala de jantar?
Meu olhar pousou em um afresco que dominava a sala de cima da mesa do Abade. Jesus e os doze discípulos sentados na Última Ceia. Esta ceia, também, foi tumultuada; Jesus tinha acabado de dizer a seus discípulos que um deles iria traí-lo. Enfurecidos, eles se declaram não culpados e olham desconfiados para o seu vizinho. No meio da confusão, Judas alcança o prato de Jesus, condenando a si mesmo.
"Por que vocês têm a Última Ceia acima de vocês?", perguntei ao monge ao meu lado, interrompendo seu frenesi.
Com a boca cheia e sem uma pausa, ele respondeu num Inglês mal falado, "Como eles, nós."

Um ensinamento pode instruir, mas não pode fazer esforços por nós. A aplicação é nossa responsabilidade. Muita instrução com pouca aplicação nos mantêm no mesmo lugar. Envoltos pelo andaime do conhecimento, nossos músculos se atrofiam. Esta foi a minha lição de Athos: as altas muralhas enfraqueceram o mosteiro, os antigos rituais enfraqueceram seus monges. Os fundadores, que cunharam as passagens sobre como prestar atenção durante a refeição, tinham visto algo negligenciado por seus contemporâneos. Eles não podiam ter visto pelos recém-chegados o que os recém-chegados teriam de ver por si mesmos.
Da mesma forma, vamos antecipar o próximo tutorial sobre “Exercícios Durante as Refeições” criando um exercício preparatório. Vá a um café. Peça uma bebida e observe os outros comendo. Categoricamente descarte o seu julgamento. Observe os outros como se estivesse estudando a si mesmo. Com base no que você vê, quais exercícios você aplicaria para manter a consciência durante a refeição?
fonte: https://beperiod.com/pt/posts/prestando-atencao-durante-a-refeicao/
"todo o bem-estar do homem depende de duas coisas: uma delas é a escolha certa do objetivo, para o qual suas ações devem se dirigir, e a outra reside em encontrar as ações que o levam a esse fim”.

Aristóteles

Qual é o seu presente para a consciência?



Vejo um vinhedo passar, um pomar, um pântano, uma aldeia no topo da montanha. Da minha janela do trem, eles aparecem e desaparecem, apresentando-se apenas por um momento. Num instante eu os assimilo, e logo depois eu os abandono pelos devaneios. Muita coisa é desperdiçada. Eu não posso ficar por muito tempo. Meus olhos permanecem abertos, mas o que olha através deles espreita como um frágil recém-nascido, e pela sua fragilidade, logo se adormece. Este é o meu estado, que só ficou mais evidente pela minha recusa ao banquete de paisagens vívidas da Toscana em troca de associação mental inútil.
Assim, dentro e fora da minha própria vida, eu desembarco, transporto a minha bagagem para o hotel, faço o check-in, me refresco e vou encontrar o grupo no andar de baixo. Dentro e fora, eu ando através dos becos pitorescos florentinos, dos bares, das lojas, das pessoas, dos animais de estimação, e dos pombos. Dentro e fora, eu me deleito com as fontes, as colunas, as esculturas e os azulejos, ou tolamente os abandono por devaneios. Dentro e fora, eu chego ao Palácio Medici.
O pátio abafa o ruído da cidade. Eu subo as escadas e entro na capela. Suas paredes exibem os Reis Magos trazendo presentes. A Nossa Senhora com a Criança constituem o ponto final da jornada deles . “Somos os três reis do Oriente; viajamos de longe e trazemos presentes”, diz a voz persistente da associação. É verdade, os Reis Magos e eu viajamos de muito longe, mas eles a cavalo e eu de trem. Eles vieram com presentes e eu de mãos vazias. Eles carregaram seus presentes através dos perigos encontrados em viagens nos tempos antigos, expostos ao frio do inverno. Eles não pouparam esforços ou generosidade. Ninguém poupa esforço e generosidade se está ligado a uma estrela.
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Eu chego mais perto para examinar a arte impecável de cada figura. O velho rei capta a minha atenção de forma especial. Na sua idade, ele provavelmente nunca conseguiria retornar desta viagem. Ele considera a sua destinação tão valiosa que vai dar a vida para alcança-la. Ele olha de volta para mim, refletindo-me a mim mesmo. “Agora você entende que tudo tem que ser feito com esforço”, ele parece dizer, “ou você ainda acha que as coisas vêm por si mesmas?”
Mais dentro do que fora, meu olhar passa para o menino Jesus em posição oposta ao rei ancião. Ele também olha para mim de forma misteriosa. “Depende de como você olha”, ele parece responder de forma lúdica ao velho rei. “Esforço é o que parece ser do seu ponto de vista; um presente é o que parece ser para mim”.


Pause por um momento e olhe a sua volta. Olhe através de seus olhos. Experimente a consciência espreitando como um frágil recém-nascido. Testemunhe o quão difícil é prolonga-la e quão rápido ela desaparece. Este ensinamento mostra como fazê-la permanecer através do esforço inteligente. Os esforços, como os presentes, não podem ser impessoais. Nós devemos combinar o esforço ao momento como combinaríamos um presente ao amigo mais próximo.
Qual é o seu presente para a consciência neste momento?

fonte: https://beperiod.com/pt/posts/qual-e-o-seu-presente-para-a-consciencia/

Por que “Trabalho”?


Para entender por que chamamos essa prática Trabalho, use um momento para assistir a este vídeo:
Gurdjieff Downwards Arrow

Graus de atenção

Passamos por nossos dias com diferentes graus de atenção. A maioria das nossas tarefas diárias exigem um mínimo de atenção, tais como vestir-nos, comer ou interagir com amigos e familiares. Algumas tarefas requerem mais atenção, como a leitura de um livro, a elaboração de um e-mail ou participar de uma entrevista de emprego.
Podemos realizar o primeiro grupo de ações, ao mesmo tempo em que realizamos outras: vestir-nos ao falar ao telefone, comer durante a conversa com os nossos amigos ou interagir socialmente durante o envio e recebimento de mensagens de texto. No entanto, não podemos realizar tarefas que requeiram atenção ao lado de outras tarefas sem prejudicar o nosso desempenho. Não podemos ler um livro enquanto falamos ao telefone, redigir um e-mail enquanto conversamos com nossos amigos, ou participar de uma entrevista de emprego, enquanto escrevemos mensagens de texto.
Nós funcionamos com diferentes
graus de atenção

Atenção e Vontade

Nossa atenção está sujeita à nossa vontade. Se desejarmos, podemos realizar qualquer tarefa com mais atenção. Podemos prestar atenção ao vestir-nos, sentindo o tecido de nossas roupas, combinando as cores de nossa camisa com nossas calças e sapatos, etc. Podemos jantar intencionalmente, saboreando cada bocado, cada gole, etc.
Mas não precisamos ser profissionais em qualquer campo para verificar que podemos trazer mais ou menos atenção para as ações mais simples, e isso demonstra que:
Nossa atenção está sujeita à nossa vontade
Vestir-se sem atenção não requer esforço; vestir-se intencionalmente requer esforço. Comer sem atenção não requer esforço, sentir o sabor da comida requer esforço. Dirigir a atenção pela vontade requer esforço. Isso explica por que Gurdjieff chamou os seus métodos de auto-desenvolvimento de Trabalho.

Estado de alerta e Consciência

Gurdjieff-ThumbnailGurdjieff-Peter Ouspensky ThumbnailDirigir a atenção não é o fim do Trabalho, é um meio pelo qual nos tornamos consciente. Poucos ensinamentos fazem distinção entre consciência e atenção, e é aí que o Quarto Caminho difere da maioria dos outros sistemas. O Trabalho não é apenas sobre estar atento, é sobre ser consciente, e consciência é estar ciente de si. George Gurdjieff chamou esta técnica de lembrança de si. Peter Ouspensky a chamou de atenção dividida. Mais recentemente, ela tornou-se popularmente conhecida como estar presente. Seja qual for o nome que usamos, sem a distinção entre estado de alerta e consciência, os nossos esforços para estarmos conscientes só podem produzir resultados parciais.
Eu convidei escritores de todas as idades e culturas, e de todas as esferas da vida, para compartilhar seus sucessos e fracassos em seus esforços para estar consciente. Suas mensagens formam a fundação de ggurdjieff.com. Subscreva para receber nossos posts por email.
“Aqui há… apenas aqueles que perseguem
um objetivo—ser capaz de ser.” – George Gurdjieff


fonte: ggurdjieff.com.br/comeca-aqui/

Gurdjieff sobre a arte visual


Uma imagem vale mil palavras. Mas as palavras são lentas e uma imagem é imediata: em um momento de clara percepção, uma imagem pode causar uma impressão em nós que apenas pode ser transmitida por horas de leitura.
“Há figuras de deuses e de vários seres mitológicos que podem ser lidas como livros, só que não com a mente, mas com as emoções, desde que estas sejam suficientemente desenvolvidas.” – Gurdjieff

Gurdjieff sobre as emoções

Preparando o centro emocional

Gurdjieff-Wei-Buddha
Buddha – Wei Dynasty
Gurdjieff observou que para beneficiar-se da arte é necessário um centro emocional suficientemente desenvolvido.
O centro emocional é o mais rápido de todos os nossos centros inferiores (i.e. os centros emocional, motor, instintivo e intelectual). Suas percepções são instantâneas: nós entramos numa sala e imediatamente sentimos se as pessoas estão cansadas ou felizes ou argumentativas. Nós imediatamente sentimos se alguém está satisfeito ou insatisfeito conosco, acredita ou desconfia de nós, nos ama ou nos teme.
Se a nossa velocidade de percepção emocional fosse direcionada para a arte objetiva, então uma escultura poderia instantaneamente soar uma corda profunda em nosso ser. Normalmente, no entanto, o centro emocional é muito subnutrido para funcionar em sua velocidade apropriada. Sua energia boa é desperdiçada através das emoções negativas.  Ele passa a funcionar com combustível grosseiro, como um carro esportivo que funciona com combustível não refinado.
Para preencher a lacuna entre o sono e o despertar, o centro emocional precisa aumentar a sua velocidade.  O trabalho na não expressão de emoções negativas estabelece a base para a percepção emocional adequada. Ele prepara o coração para receber uma forma mais elevada de nutrição, um combustível mais refinado que o aproximará dos centros superiores.

A nutrição proveniente da arte objetiva

A arte objetiva consiste neste tipo de nutrição. Ela carrega o potencial de transformar o espectador. Ela transmite volumes de sabedoria – como Gurdjieff observou em suas viagens – mas essa sabedoria não é verbal.  É uma dose de energia sem palavras, um sopro potente de uma nova inspiração.
A realidade é instantânea. Para penetrar a realidade, não há tempo para palavras. Portanto, a vantagem de uma imagem sobre mil palavras reside na velocidade. Palavras falam para o centro intelectual (o mais lento de todos os centros inferiores), enquanto que as imagens falam com o centro emocional (o mais rápido de todos os centros inferiores). A arte objetiva catapulta o espectador para o momento.
Em outras palavras, ela transforma o centro emocional em centros superiores, fazendo a ponte entre os mundos inferiores e superiores no homem.
“No curso de nossas viagens na Ásia Central encontramos, no deserto ao pé do Hindu Kush, uma estranha imagem que pensamos, inicialmente, trater-se de algum antigo deus ou diabo. A princípio, ela produziu em nós simplesmente a impressão de ser uma curiosidade. Mas depois de um tempo, começamos a sentir que essa figura continha muitas coisas, um grande, completo e complexo sistema de cosmologia”. – Gurdjieff

Gurdjieff sobre a arte inteligente

Gurdjieff-Bodhisattva
Bodhisattva – Sui Dynasty
A escultura budista antiga teve como objetivo alcançar esse efeito.  Bodhisattvas finamente esculpidas saudavam os visitantes dos santuários budistas. Elas eram incrivelmente cheias de vida, apesar de serem feitas de pedra morta. Elas parecem respirar e prestar atenção, parecem encontrar o visitante pessoalmente e dar-lhe as boas vindas.
O visitante – geralmente um peregrino que chega após uma longa viagem- é saudado por uma representação visual profunda de serenidade e consciência. Se ele faz uma pausa e deixa a impressão penetrá-lo – se ele estiver emocionalmente preparado – a imagem pode transportá-lo para a realidade.
Examine os Bodhisattvas apresentados neste post. Em um instante, eles retratam os muitos traços da iluminação – traços que necessitariam de um livro pra descrevê-los: sabedoria, compaixão, consciência, contentamento, concentração, flexibilidade e muitos mais. O escultor expressou em pedra o que os autores do Dhammapada comunicaram por escrito. Mas sendo visual, sua mensagem entra instantaneamente no coração que está preparado.
Finalmente, a arte objetiva luta para espelhar o homem objetivo. Ela reflete não só o que ele é, mas também o que ele pode se tornar.

“Na estátua inteira não havia nada de acidental, nada sem significado. E gradualmente nós entendemos o objetivo das pessoas que fizeram essa estátua… Isso certamente era arte.”- Gurdjieff

fonte: ggurdjieff.com.br/arte-visual/
“O homem não tem individualidade. Não tem um grande “Eu” único. O homem está fragmentado numa multidão de pequenos “eus”.
“Cada um deles, porém, é capaz de chamar-se a si mesmo de Todo, de agir em nome do Todo, de fazer promessas, tomar decisões, estar de acordo ou não estar de acordo com o que outro “eu” ou o Todo teria que fazer. Isso explica por que as pessoas tão freqüentemente tomam decisões e tão raramente as mantêm. Um homem decide levantar cedo a partir do dia seguinte. Um “eu” ou grupo de “eus” toma essa decisão. Mas levantar já é assunto de outro “eu”, que não está absolutamente de acordo e pode até nem ter sido posto a par. Naturalmente o homem não dormirá menos na manhã seguinte e, à noite, tornará a decidir a acordar cedo. Isso pode acarretar conseqüências muito desagradáveis. Um pequeno “eu” acidental pode fazer uma promessa, não a si mesmo, mas a outra pessoa, em determinado momento, simplesmente por vaidade ou para divertir-se. Depois desaparece. Mas o homem, isto é, o conjunto dos outros “eus” , que estão completamente inocentes, terá talvez que pagar toda a vida por essa brincadeira. A tragédia do ser humano é que qualquer pequeno “eu” tem o poder de assinar promissórias e que o homem, ou seja, o Todo, é que deva fazer face a elas. Vidas inteiras passam-se assim a saldar dividas contraídas por pequenos “eus” acidentais."
...
"Man has no individuality. He has no single, big ‘I’. Man is divided into a multiplicity of small ‘I’s.
"And each separate small ‘I’ is able to call itself by the name of the Whole, to act in the name of the Whole, to agree or disagree, to give promises, to make decisions, with which another ‘I’ or the Whole will have to deal. This explains why people so often make decisions and so seldom carry them out. A man decides to get up early beginning from the following day. One ‘I’, or a group of ‘I’s, decide this. But getting up is the business of another ‘I’ who entirely disagrees with the decision and may even know absolutely nothing about it. Of course the man will again go on sleeping in the morning and in the evening he will again decide to get up early. In some cases this may assume very unpleasant consequences for a man. A small accidental ‘I’ may promise something, not to itself, but to someone else at a certain moment simply out of vanity or for amusement. Then it disappears, but the man, that is, the whole combination of other I's who are quite innocent of this, may have to pay for it all his life. It is the tragedy of the human being that any small ‘I’ has the right to sign checks and promissory notes and the man, that is, the Whole, has to meet them. People's whole lives often consist in paying off the promissory notes of small accidental ‘I’s."
~ George Gurdjieff
Qualquer um pode zangar-se — isso é fácil. Mas zangar-se com  a  pessoa  certa,  na  medida  certa,  na  hora  certa,  pelo motivo certo e da maneira certa — não é fácil.

Aristóteles, Ética a Nicômaco
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