Não tenha 2 mundos, ou não se divida em 2 pessoas: uma que tem sua busca espiritual e uma que luta e vive no cotidiano do dia-a-dia.
Algumas pessoas colocam toda sua energia na busca espiritual, e esquecem do mundo do dia-a-dia, não vêem mais graça nele, achando-o por demais simplista e mundano. Começam a se achar mais evoluídas ou mais importantes que as outras pessoas e se tornam pedantes, presunçosos e distantes. Outras focam muito no mundo material, e conforme vão obtendo sucesso nele ou tendo que se esforçar muito para dar conta das atribuições do mundo contemporâneo, acabam se esquecendo da sua busca espiritual. Ficam céticos, orgulhosos, tediosos e materialistas.
O mundo do dia-a-dia é tão misterioso e rico quanto o mundo espiritual, e também pode ser uma ótima escola, um ótimo veículo para nossas descobertas e evolução.
Na verdade somos guerreiros modernos, e nosso mundo é um só. Nosso mundo é esse aqui que vivemos, com todas as suas dimensões, forças, interações, desafios, encontros e desdobramentos. Aqui é nosso campo de batalha, aonde caçamos poder pessoal, praticando a arte da Espreita no Tonal, na primeira atenção, no dia-a-dia, no cotidiano e a arte do "Sonhar" no Nagual, na segunda atenção, em outros planos, outras dimensões; ambos com impecabilidade e sobriedade, e sustentados pela nossa intenção e vontade.
Terreno e espiritual são 2 lados da mesma moeda.
Vá fundindo suas experiências e descobrimentos espirituais com sua rotina do dia a dia, de forma que você seja um só.
Use a sobriedade e a factualidade do mundo cotidiano nas suas buscas espirituais, e destile a magia e as descobertas do mundo espiritual no seu dia-a-dia. As batalhas dentro da matrix amadurecem nosso espírito para a busca espiritual, assim como as nossas experiências espirituais nos fortalecem para encarar os desafios do dia-a-dia. Um lado vai fortalecendo o outro, e nossas possibilidades e potencialidades vão se integrando expandindo.
É assim que caminhamos rumo à totalidade do nosso ser.
Integrando nosso eu cotidiano com nosso "outro eu", muito mais profundo.
Equilibrando o tonal com o nagual.
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